Ultrassom na odontologia: 7 usos na área de endodontia

Ultrassom na odontologia: 7 usos na área de endodontia

26/11/2022 - Por: Samara Sampaio

O ultrassom na odontologia se tornou item básico de um consultório odontológico e é muito improvável que um cirurgião dentista, independente da sua especialidade, não tenha esse equipamento.

Os instrumentos de ultrassom foram introduzidos na odontologia em 1952 e era inicialmente utilizado para realização de preparos cavitários. Com o desenvolvimento das canetas de alta-rotação, o uso desse aparelho na área de dentística caiu em desuso.

Já em 1955, Zinner começou a usar o ultrassom para raspagem, em periodontia, sendo que até hoje, essa é uma das principais indicações do ultrassom. A evolução desse equipamento é constante, os primeiros aparelhos, também chamados de primeira geração, tinham seu funcionamento baseado no sistema magnetostritivo.

A evolução desse sistema foi o ultrassom piezoelétrico, que funcionam por vibrações de partículas de matéria, com ativação por meio de corrente elétrico, que são capazes de produzir até 32 mil vibrações por segundo. O piezoelétrico é o sistema de funcionamento do ultrassom utilizado nos dias atuais.

O ultrassom, na odontologia, pode ser acoplado na própria cadeira odontológica, como pode também ser instalado separadamente. A vantagem de ter o aparelho acoplado no equipo é a facilidade de manuseio e acesso ao equipamento. A desvantagem é que a manutenção do ultrassom se torna mais complicado.

Indicações do ultrassom

Esse aparelho tem sua maior indicação dentro da área da periodontia. A raspagem é um procedimento rotineiro dentro do consultório que consiste na remoção de tártaro (cálculo dental) e biofilme. É importante manter a saúde gengival e periodontal em dia, e a profilaxia de rotina é um meio eficaz de manutenção dessa saúde bucal.

Os pacientes costumam procurar atendimento para realização de profilaxia de 1 a 2 vezes ao ano. É possível fazer a remoção de tártaro manualmente, com curetas, no entanto, o ultrassom veio para facilitar e tornar o procedimento mais eficaz e mais rápido. É importante perceber que nem sempre o ultrassom vai ser eficaz para todos os dentes e todos os casos.

Alguns pacientes que possuem mais sensibilidade dentária, não suportam o uso do ultrassom em alguns dentes, uma vez que por produzir vibrações e soltar água quando utilizado, pode exacerbar a sensibilidade nesses pacientes. Quando isso acontece, as curetas são bons auxiliares para complementar a profilaxia com o ultrassom.

Além da periodontia, outra especialidade que tem usado bastante o ultrassom em sua rotina clínica, é a endodontia. Além de conseguir melhorar a limpeza dos canais radiculares, principalmente na região de istmo, o ultrassom, na odontologia é utilizado para remoção de instrumentos fraturado e outros obstáculos que podem estar obliterando a entrada dos canais radiculares e em várias outras situações.

Para remoção de pinos, núcleos e coroas e inclusive na cirurgia o ultrassom também possui bastante indicações.

Contra indicações

Apesar de ser um tratamento bastante seguro e que gera riscos mínimos ao paciente é importante ponderar o seu uso. Indivíduos que possuem marca-passo não devem realizar a profilaxia com o ultrassom, uma vez que esse aparelho pode alterar o ritmo do marca-passo.

Além disso, um contra indicação relativa são os pacientes com muitas recessões gengivais e sensibilidade dentinária, uma vez que não suportam bem o tratamento. Nós falamos em contra indicação relativa, uma vez que esses casos podem ser contornados, como por exemplo com o uso de anestésicos e uso de raspagem manual somente nos dentes com recessão gengival.

Crianças podem fazer raspagem com ultrassom?

Apesar das crianças necessitarem de profilaxias constantes, em uma média de duas vezes por ano, assim como os adultos, não é tão comum ver pacientes pediátricos com grandes formações de tártaro. Caso isso aconteça, é necessário fazer a remoção, mas não é a rotina de um consultório de odontopediatria.

A profilaxia convencional nas crianças é feita com auxílio de motor de baixa rotação, escova e pasta profilática. Esse procedimento é bastante eficaz para remoção de placa bacteriana. Na presença de tártaro é necessário a realização da raspagem. Em crianças, o uso do ultrassom na odontologia não é preconizado, devido a morfologia da gengiva das crianças. Prefere-se o uso de curetas e raspagem manual nas regiões com presença de tártaro.

Quando usar cada ponteira do ultrassom na odontologia?

Existe uma variedade de ponteiras que podem ser acopladas no ultrassom odontológico.

Dentro das ponteiras utilizadas para remoção de tártaro existem as pontas retas, pontas retas e finas e as pontas curvadas. De maneira geral, as pontas retas são utilizadas para bolsas profundas em região anterior, enquanto as pontas curvadas são mais utilizadas em bolsas profundas em região posterior.

Algumas ponteiras são mais indicadas para remoção de tártaro supragengival, enquanto outras ponteiras mais finas podem ser utilizadas em região subgengival.

É importante salientar que as ponteiras possuem um limite de inserção no periodonto, sendo que para raspagens subgengivais em bolsas muito profundas, a utilização das curetas e raspagem manual pode ser priorizada.

Nas outras especialidades, como endodontia, prótese e cirurgia, também é bastante importante selecionar a ponteira certa de acordo com o tipo de procedimento a ser realizado. A ponteira deve ser selecionada dependendo do objetivo do uso do ultrassom na odontologia, em determinado tratamento.

Quais especialidades utilizam o ultrassom na odontologia?

A periodontia e a endodontia são as principais áreas que utilizam o ultrassom.

Na periodontia o ultrassom já é utilizado a bastante tempo para a profilaxia dos dentes. No entanto, na endodontia ainda é algo mais novo.

Na endodontia o ultrassom pode ser utilizado visando vários objetivos, como:

  1.  Acesso cavitário;
  2.  Localização de canais calcificados e remoção de calcificações pulpares;
  3. Remoção de instrumentos fraturados;
  4. Remoção de retentores intrarradiculares;
  5. Intensificação dos efeitos das soluções irrigadoras;
  6. Condensação e remoção de material obturador;
  7. Retratamento endodôntico e cirurgia parendodôntica.

Ou seja, em quase todas as etapas do tratamento endodôntico o ultrassom é uma boa alternativa.

Devo investir em um ultrassom para o meu consultório?

Com certeza! Ter um bom ultrassom no consultório é bastante importante para o dentista. A rotina do consultório, pede que haja um bom ultrassom na odontologia, para atendimento dos pacientes.

Independente da especialidade escolhida, é quase impossível que um dentista não realize, ainda que eventualmente, profilaxias no consultório e o ultrassom veio para facilidade e otimizar a realização desse tratamento.

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Samara Sampaio

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