O que você precisar saber sobre restaurações dentárias

O que você precisar saber sobre restaurações dentárias

04/09/2022 - Por: Samara Sampaio

A restauração dentária é o procedimento mais realizado dentro do consultório odontológico. Independente da especialidade de escolha, é quase impossível que um cirurgião dentista não saiba como fazer uma restauração.

Além de devolver saúde e função, as restaurações são capazes de melhorar a estética do sorriso e devolver autoestima aos pacientes.

Restauração Dentária
Foto por Shaimaa Abdellatif, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons.

Mas afinal, como fazer uma restauração dentária?

Para responder essa pergunta é preciso entender que as restaurações tem várias indicações, e dependendo de qual for, o protocolo de restauração muda. A indicação mais comum é para restaurar dentes que foram acometidos por lesões de cárie.

Nesse caso, o primeiro passo a ser feito é remover todo o tecido cariado presente no dente, o tecido doente de cor marrom e consistência mole. Para realizar a remoção desse tecido podem ser utilizadas brocas esféricas de baixa rotação e curtas.

É importante salientar, que o dente é um órgão vivo, possuindo no seu interior a polpa dentária, recheada de vasos sanguíneos e inervação. Quanto mais próxima uma lesão de cárie está da polpa dentária, mais sensibilidade dolorosa o paciente sente.

Como realizar a restauração dentária?

Restauração Dentária
Créditos: Freepik.

De maneira geral, para lesões de cárie mais profundas, ou seja, mais próximas da polpa, é necessário anestesiar o paciente para conseguir fazer a limpeza da cavidade, enquanto em lesões menores, muitas vezes a anestesia se torna dispensável na restauração dentária.

Após a remoção do tecido cariado, o dente está pronto para ser preenchido com um material que seja capaz de devolver sua forma e função. Hoje em dia, o material mais utilizado para realizar esse tipo de restauração é a resina composta.

Antes de aplicar a resina, o dente, agora livre de lesão de cárie, precisa passar por um pré-tratamento, com aplicação de condicionamento ácido e adesivo, visando aumentar a adesão da resina composta ao dente.

O que acontece se a saliva ficar em contato com a resina?

Esse tipo de material não deve ter contato com saliva ou sangue no momento da sua utilização e por isso é importante isolar o dente que vai receber a restauração dessas secreções, o que pode ser feito com isolamento absoluto, no qual se utilizam lençóis de borracha e grampo, ou com um bom isolamento relativo, feito com algodão e sugador de alta potência.

A presença de saliva no momento de qualquer um dos passos da restauração prejudica a adesão do material, o que pode ocasionar a queda ou má adaptação da resina.

Com o dente isolado, após a aplicação de ácido e adesivo, a resina vai sendo colocada na cavidade por incrementos e o material deve ser esculpido. Depois é importante checar a presença de interferências oclusais e fazer acabamento e polimento.

Outras indicações das restaurações dentárias

 

Além de restaurar dentes que foram acometidos por lesões de cárie, a restauração dentária possui outras indicações tão importantes quanto.

Traumas dentários

Quando o paciente sofre um trauma que resulta na fratura dentária é necessário realizar uma restauração para devolver forma e função ao dente. Vejam que, independentemente da indicação, o objetivo das restaurações acaba sendo sempre o mesmo: devolver forma e função a um ou mais dentes.

O protocolo de restauração é basicamente o mesmo, sendo que o que muda é que não há necessidade de escareação, uma vez que não há presença de lesões de cárie.

Estética

Essa é uma outra indicação que cresce cada vez mais nos consultórios. Pacientes insatisfeitos com o formato ou cor dos seus dentes, buscam esse tipo de tratamento para melhorar a estética do sorriso.

Com a evolução dos materiais e a inserção do fluxo de odontologia digital nos consultórios, o resultado desse tipo de tratamento tem ficado cada vez melhor, sendo possível restaurar todos os dentes anteriores ou somente um único dente que não agrada o paciente.

Em ambos os casos, se bem feito, o resultado pode ser bastante natural, o que torna a presença da restauração quase imperceptível.

Tipos de restauração

Até agora nós falamos bastante sobre a restauração dentária com resina composta, mas existem outros tipos que valem a pena serem citados.

Restauração dentária de amálgama

Apesar de não ser um material muito utilizado atualmente, uma grande parte da população ainda possui esse tipo de restauração nos seus dentes.

Esse material possui cor escura, o que inviabiliza a sua utilização em áreas estéticas. Apesar do seu custo mais baixo, a utilização do amálgama tem praticamente cessado, e é provável que já nos próximos anos, nós não tenhamos mais dentistas fazendo esse tipo de restauração.

Restauração dentária em porcelana

Esse tipo de material é utilizado para confecção das famosas lentes de contato e coroas. Tem sido bastante procurado pelos pacientes, e quando bem indicado possibilita um resultado muito satisfatório.

Assim como as facetas de resina, são bastante indicadas para casos estéticos. A grande diferença é que para esse tipo de material é necessário a realização de um pequeno desgaste nos dentes.

Grandes desgastes para colocação de lentes de contato muitas vezes são indicativos de um diagnóstico inadequado e consequentemente, má indicação desse tipo de tratamento.

Restaurações diretas X restaurações indiretas

Além dos tipos de materiais utilizados, uma restauração pode variar quanto ao protocolo adotado. De maneira geral, a restauração dentária apresenta menores quantidades e facetas de resina costumam ser feitas diretamente na boca.

Já as lentes de contato e grandes reconstruções necessitam de uma fase laboratorial intermediária. Nesse caso, o paciente é moldado, sendo confeccionado um modelo de gesso, e a restauração é feita em cima desse modelo. Depois o paciente retorna e a restauração é cimentada.

Quais cuidados o paciente deve ter após a realização de restaurações?

É importante que o paciente saiba que a restauração dentária tem potencial para durar muitos anos se for bem feita, mas para isso, precisa de manutenções frequentes.

O paciente precisa buscar atendimento periódico para que o dentista avalie as restaurações, faça polimentos, e veja se não há nenhuma fratura que possa ocasionar infiltrações.

Além disso, não se pode esquecer que, se até mesmo o esmalte, o tecido mais duro do corpo, pode sofrer fraturas, os materiais da restauração dentária também estão sujeitos a isso. Portanto, cuidados básicos para evitar traumas devem continuar sendo tomados.

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Samara Sampaio

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