Para que serve a tomografia dentária? como avaliar uma imagem de tomografia em 7 passos

Para que serve a tomografia dentária? como avaliar uma imagem de tomografia em 7 passos

17/11/2022 - Por: Cassiano Pires

A Tomografia Dentaria é a realização de um exame médico que utiliza de raios-x com o intuito de demonstrar imagens do corpo humano, nesse caso sendo específico da região craniana.

Ele é feito para mostrar pequenas áreas da boca, uma de cada vez detalhadamente, ou também pode fazer a demonstração de uma área maior, como, por exemplo, toda a arcada dentária superior e inferior.

O que avaliar na imagem de tomografia computadorizada de feixe cônico para a implantodontia?

A princípio, é necessário analisar se o paciente em questão é apto ou não a receber o implante dentário por meio dos exames radiográficos.

Dentre eles, a conhecida tomografia computadorizada ajuda os profissionais da área a compreender as características morfológicas do sítio pré-implantar, sendo elas:

  • Quantidade de osso disponível
  • Qualidade do osso
  • Inclinação do processo alveolar
  • Localização de estruturas anatômicas
  • Presença de patologias
  • Osseointegração
  • Intercorrências

Quando analisamos a quantidade de osso disponível do paciente, por meio de medidas, em especial nos cortes transversais mostrados na tomografia dentaria, temos a condição de fazer a avaliação da altura de tecido ósseo remanescente do paciente, e também identificar a densidade disponível na face vestibular, lingual/palatina. De maneira simples, é a parte da frente e detrás dos dentes.

Em 1985, Lekholm e Zarb criaram uma classificação com relação à qualidade do tecido ósseo, onde na mesma pode-se avaliar qual é a dimensão do osso cortical e trabecular. A seguir, veremos os 4 tipos em que foram criados pela dupla:

  • Tipo 1 – Osso residual formado por osso cortical homogêneo.
  • Tipo 2 – Osso residual formado por uma camada espessa de osso cortical circundando osso esponjoso denso.
  • Tipo 3 – Osso residual formado por uma camada fina de osso cortical circundando osso esponjoso denso.
  • Tipo 4 – Osso residual formado por uma camada fina de osso cortical circundando osso esponjoso de baixa densidade.

Forame mentual: quais variações anatômicas radiográficas e tomográficas podemos encontrar?

Nessa etapa, vemos que o nervo alveolar inferior consegue adentrar no forame da mandíbula e movimenta-se o interior do osso através do canal da mandíbula que vai até o incisivo central.

Aproximadamente na elevação do segundo pré-molar, o nervo alveolar inferior manifesta um ramo colateral (nervo mentual) onde se eleva pelo forame de mesma nomenclatura, fornece certa sensibilidade de maneira geral às partes amolecidas do mento.

O forame mentual pode ser encontrado na maioria das vezes entre os pré-molares inferiores, utilizado como orientação em técnicas de anestesia, como obstrução do nervo incisivo e do nervo mentual.

No interior do canal da mandíbula, o nervo alveolar inferior cria raízes, mas elas se conectam de maneira desordenada para realizar a construção do plexo dental inferior, onde as raízes dentais inferiores percorrem aos dentes inferiores chamado nervo incisivo.

A tomografia dentária computadorizada de feixe cônico é um exame detalhado e minucioso cujo objetivo é encontrar o exato posicionamento do canal da mandíbula e do forame mentual.

Contudo, por possuir propriedades tridimensionais, mais conhecido como 3D, a tomografia cone-beam, permite aos profissionais a realizarem diagnósticos de forames duplos, entre várias outras variações anatômicas que podemos encontrar em diversos tipos de pacientes existentes.

Em muitos casos, as variações anatômicas encontradas não são expostas durante o processo de radiografia. Quando se é realizado o diagnóstico correto do paciente, temos a possibilidade de fazer um bom planejamento e, dessa maneira, o profissional consegue reduzir intercorrências e também realizar uma previsão do diagnóstico muito mais positiva referente ao caso.

tomografia-dentaria

Para que serve a tomografia do dente?

Este exame é solicitado pelo profissional quando o mesmo reconhece a necessidade de analisar em detalhes que não são captados em uma radiografia convencional. Ela ajuda no auxílio do diagnóstico conseguindo fornecer certas informações, como:

  •   Variações anatômicas
  • Análise das ATMs
  • Problemas como tumores malignos
  • Problemas como tumores benignos
  • Cistos
  • Componentes ósseos
  • Fraturas dentárias

Qual o valor de uma tomografia do dente?

Esse valor pode variar muito conforme a localização que o paciente se encontra. Os preços oferecidos para ser realizado este exame é em uma faixa de 300,00 a 600,00 reais.

Apenas o profissional da área tem a qualificação e capacidade de indicar e realizar esse tipo de exame. É possível também, dependendo do estabelecimento, que o valor cobrado pelo serviço seja feito parceladamente, criando mais oportunidades para que as pessoas possam realizar a tomografia dentária com o máximo de qualidade possível.

Como é feita a tomografia na boca?

O exame de tomografia dentária se dá início com o paciente sentado dentro de uma cabine específica. Enquanto isso, um aparelho próprio realiza movimentações de rotação de até 360º em torno do crânio da pessoa que está passando pelo processo.

Por meio dessa movimentação, o raio-x consegue alcançar e englobar todo o rosto do paciente, assim criando imagens computadorizadas a partir de um software especial cujo objetivo é fazer a demonstração das imagens capturadas, conseguindo condensar tudo em uma única imagem em tamanho real e em 3D.

Quais são as vantagens do procedimento?

Podemos citar inúmeras vantagens para a tomografia dentária, e uma delas sendo bem positiva é que esse exame específico não tem a intenção de ser doloroso e nem de natureza invasiva.

Esse processo tende a ser rápido, uma alta precisão quando o diagnóstico é realizado e também muito confiável. Todo esse conjunto de ações permite ao profissional uma visualização clara e imediata das imagens, tridimensionalmente.

Quando usar a tomografia dentária?

A tomografia dentária é muito indicada sempre que um profissional da área, um dentista, por exemplo, necessita realizar diagnósticos que demandam conhecimento das imagens completas da arcada superior e inferior do paciente, assim obtém as informações necessárias.

O dentista solicita esse exame para se situar e descobrir qual é o melhor caminho e decisão a tomar para que seu paciente seja cuidado com o menor tempo possível e com qualidade e precisão. As imagens em 3D permitem que o profissional tenha uma ótima percepção do paciente, conseguindo identificar cistos e até tumores.

Foto de Cassiano Pires

O Autor

Cassiano Pires

Cirurgião-dentista, mestre e doutorando em Endodontia (FORP-USP). Especialista em Radiologia e Imaginologia (AORP). Especialista de Produtos da área de Imagem na Alliage.

Veja mais de "Cassiano Pires" >

Leia também: